terça-feira, 14 de agosto de 2012

Possessa

Eu corro, eu escorrego, eu caio e choro à procura de teu amor. Tudo que mais quero é poder alcançar suas mãos. Mas estou aqui sozinha e tudo o que tenho são meu último fôlego e minhas lágrimas de solidão. Queria poder alcançar-te, mas fico presa aqui pelo meu medo de não conseguir, então me entregarei à única certeza que tenho em minha vida: Ainda morrerei por causa desse amor que me impera, porque não posso negá-lo ou simplesmente expulsá-lo de meu coração.
Meu coração já não me pertence mais e nem me importo mais com isso. Posso até negá-lo, mas estaria mentindo para mim mesma. Ele sempre estará lá, dentro de mim, pois é imortal... Mas eu não sou. Me afogarei no meu próprio amor imortal, pois já não aguento mais sangrar enquanto você nem escuta.

Esconjuro esse amor que só me faz sofrer e perceber o quanto sou frágil e impotente, débil e fraca quando comparada a ele. Ele me domina e eu não posso fazer nada. Pode me matar, ou, se não, fazer com que sofra a ponto de acreditar que isso é deveras verdade. Tem controle absoluto de mim, mas não posso (nem com todo o fôlego que puder encontrar em meus precários pulmões cansados de gritar por seu nome) me esforçar para diminuí-lo. Me entregarei à quimera, pois lá poderei ter-te junto a mim.Quimera post mortem, onde terei um mundo meu e criado por mim, longe da possessão desse amor que traz somente aflição em vida. Estava possessa, mas agora me liberto. E essa é a única forma.


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